Festival Yawa reúne lideranças indígenas 


Uma imersão na cultura e nas tradições do povo Yawanawá é o que propõe o Festival Yawa, realizado há 13 anos na Aldeia Nova Esperança, às margens do Rio Gregório, afluente do Rio Juruá, na Terra Indígena do Rio Gregório. Coordenada pela Cooperativa Yawanawá (Coopyawa), a festa reunirá toda a família Yawanawá entre os dias 25 e 30 deste mês. Esse é o diferencial desta edição do festival.

O evento, que faz parte do projeto de etnoturismo da comunidade e recebe o apoio da Secretaria de Turismo e Lazer do Estado na promoção da rota Caminho das Aldeias e da Biodiversidade, reduziu o número de acesso dos visitantes para receber os parentes que vivem nas outras sete aldeias da Terra Indígena. 

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Ao todo, 985 indígenas da etnia Yawanawá (438 somente da Aldeia Nova Esperança) irão celebrar a vida e o resgate de sua cultura, na qual se incluem a oralidade, os cantos, as danças, a espiritualidade, as brincadeiras, a culinária e o belo artesanato. “Será um grande momento de encontro do nosso povo. É esse o grande objetivo do festival este ano”, explica o coordenador-geral, Biraci Brasil Júnior. Para o visitante, sejam o turista, lideranças de outras etnias ou os técnicos das instituições parceiras que irão trabalhar durante o festival, o momento será de aprendizado e de vivência do cotidiano desse povo. 

Em reunião na Setul na quarta-feira, 15, Biraci Brasil Júnior e o irmão Shaneihu Yawanawa discutiram os detalhes da finalização da infraestrutura oferecida pela Setul para promover o destino do festival indígena, como refeitório, sinalização de todas as aldeias do percurso, novo redário com capacidade para 50 pessoas aproximadamente e reforma dos barcos que serão usados para transportar visitantes e equipes de trabalho, por exemplo. 

A secretaria investiu também em infraestrutura e apoio logístico em outros festivais semelhantes ocorridos ao longo do ano, como o Mariri (Yawanawa), o Xinã Bena (Kaxinawá) e a Copa das Árvores. “É um produto que dá grande visibilidade ao Acre, porque é muito rico cultural e socialmente. Muitas pessoas têm interesse em conhecer melhor esse aspecto da nossa cultura. Nosso papel é oferecer subsídio para que as comunidades indígenas possam receber bem esses turistas”, explica o coordenador do setor de turismo básico em Terras Indígenas, Francismar Costa, o “Maim”.

Muitas origens, um só destino

O maior número de turistas provém da Região Sudeste do país, especialmente do estado de São Paulo. Do exterior virão turistas dos Estados Unidos, França, Inglaterra e outros países da Europa. A preocupação dos Yawanawás com a segurança geral da festa e dos visitantes passa não só pelo número de pessoas que estarão na Aldeia Nova Esperança nos seis dias de festa, mas também sobre quem são e o que fazem essas pessoas. 

Para chegar até lá, é preciso mais que paciência para enfrentar horas de voo até a capital do Acre. Em seguida, um transporte terrestre durante cinco horas até Tarauacá e depois um barco que percorrerá o Rio Gregório durante oito horas, talvez com pernoite em alguma margem do rio para breve descanso.

Quem se interessar em conhecer as peculiaridades e a história desse povo precisa preencher uma ficha com detalhes da vida pessoal e profissional, além de assinar um termo de responsabilidade em que se compromete a aceitar as regras de estadia, de comportamento e de boa convivência.

O documento especifica data de entrada e de saída. Ninguém pode permanecer no local, mesmo que queira. “E muitos querem, mas não podem. É determinação legal. Cumprimos todos os requisitos para manter o evento com alto nível de segurança para garantir o bem-estar dessas mais de 1,2 mil pessoas que estarão reunidas no festival”, lembra Shaneihu Yawanawa.

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